Breno Silveira indiscutivelmente sabe fazer filmes populares, sem deixar de fora a questão artística e autoral. Dois Filhos de Francisco foi um sucesso estrondoso, e mesmo seguindo a cartilha de filmes "sobre gente que chegou lá", o filme é muito bom. Esse À Beira do Caminho foi lançado no mesmo ano de seu outro filme, o Gonzaga, que fez muito mais sucesso. Esse aqui passou um tanto despercebido. Pena.
Aliás foi um filme vendido como uma história de amor marcada pelas músicas de Roberto Carlos. É isso também, mas muito mais. O uso da música no filme é ótima (e não há só canções do Rei). Elas fazem certas cenas crescerem muito.
Trata-se de um drama envolvendo um caminhoneiro de coração partido e uma criança abandonada, coisa que facilmente resultaria num dramalhão choroso. Mas aqui não, e grande parte do mérito é do excepcional João Miguel, um dos atores mais incríveis deste país.
Seu personagem é um sujeito duro. Um cara endurecido pelas desilusões.
Seu encontro com o moleque é bruto, e toda a relação entre os dois será marcada pela rispidez e desconfiança.
Confesso que deixei muita lágrima cair com este filme.
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