quarta-feira, 10 de julho de 2013

Spring Breakers, de Harmony Korine, 2012.















Me senti velho ao ver o filme com o olhar de quem tenta entender uma nova geração (estou ficando definitivamente velho). Embora a sensação de vazio pela qual passa as meninas do filme seja algo que todo ser humano com um mínimo de sensibilidade entende, creio que há um grande abismo entre a minha juventude e a retratada no filme.

Mas isso não importa.

O que importa é que se eu fosse uma garota de 16 anos este provavelmente seria meu filme favorito.

Não é o melhor Korine. Gummo continua imbatível. Mas é uma estética chapante, condizente com uma balada de música eletrônica. Tudo é muito colorido - as cores estão sempre estouradas -, a ponto de se tornar irreal. Tudo em neon, com uma edição que reitera ou antecipa diversas cenas.

Há a busca de um certo grau de caos.

A história é básica: quatro amigas adolescentes insatisfeitas planejam ir passar as férias de primavera na Flórida. Tudo é lindo e maravilhoso, até o momento em que são presas por estar numa festa cheia de drogas. Um traficante paga a fiança e o grupo será reconfigurado.

O traficante do James Franco é uma criação genial. Há vários momentos incríveis, grande atuação.

As meninas parecem que saíram de um seriado da Disney. O que condiz com a proposta, afinal é um mundo cor de rosa que se choca com um outro muito mais brutal (notam a última foto ali em cima, quando elas se aproximam da casa do traficante inimigo. A casa é banhada de um neón rosa, o que dá a idéia de que elas irão invadir a casa da Barbie).

Todas elas tem uma forte atração pelo abismo.

Mas algumas irão mais longe que as outras.

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